Há muitos anos, os cientistas perceberam que o formato da Terra, achatado nos polos, vinha sofrendo alterações, tornando-se mais arredondado. A forma achatada se deve ao fato de que, há cerca de 22.000 anos, vários quilômetros de gelo cobriam boa parte do hemisfério norte, pressionando a superfície para baixo. Com o derretimento do gelo ao longo dos séculos, a pressão sobre a superfície diminui e o solo voltou a se expandir nos polos, fazendo com que o planeta ficasse mais esférico.
Os satélites gêmeos da missão Grace, da Nasa, foram usados para medir as mudanças no campo gravitacional da Terra
Com dados e fotos em mãos, os especialistas puderam comparar as mudanças no campo gravitacional frente às alterações na massa de gelo ao redor do globo. Com o derretimento de gelo polar, e a consequente migração de água em grandes volumes, houve uma redistribuição de massa pelo planeta, que, por sua vez, provocou alteração no campo gravitacional da Terra.
Os dados permitiram, então, encontrar as duas principais regiões que estão alterando a forma do planeta: Groenlândia e Antártida. A quantidade colossal de gelo derretido a partir dessas áreas, que migra para o Equador, está fazendo com que o "pneuzinho" da Terra aumente 71 centímetros por década.
Contudo, os especialistas garantem que, com o tempo, a massa do planeta vai se readequar. "Demora um tempo até que tudo se acomode", afirmou Steve Nerem, engenheiro aeroespacial da Universidade do Colorado, coautor da análise publicada no periódico Geophysical Research Letters.
Atualmente, a distância até o centro da Terra (o raio terrestre) a partir do Equador é 21 quilômetros maior do que nos polos. Isso significa que o ponto na superfície do planeta mais distante do centro não é o topo do Everest, a montanha mais alta do mundo, localizada no Himalaia, mas o pico de um vulcão equatoriano.
Homem observa buraco que apareceu dentro de casa nesta terça-feira (19) na Cidade da Guatemala. Os vizinhos ouviram uma explosão durante a madrugada e pensaram que se tratava de um botijão de gás. Em vez disso, os moradores encontraram um buraco de 12,2 metros de profundidade e 80 centímetros de diâmetro (Foto: AFP)
As autoridades ainda não sabem o que ocorreu. A Cidade da Guatemala, construída sobre terreno vulcânico, é muito propícia ao aparecimento de buracos, muitas vezes causados pela chuva forte. (Foto: AFP)
Tempestade de areia sobre Phoenix (Foto: BBC)
O fenômeno acabou provocando queda de energia em vários bairros. Segundo a imprensa dos Estados Unidos, o paredão de poeira chegou a 80 km de extensão. (Foto: AP)