quinta-feira, 28 de julho de 2011

Terra está ficando mais 'gorda', afirmam cientistas

Uma nova análise da Terra revelou por que nosso planeta está perdendo a "cinturinha". O aumento das medidas terrestres na região equatorial é causado principalmente pelo derretimento do gelo na Groenlândia e na Antártida, de acordo com cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. As duas regiões polares perdem juntas ao ano 382 bilhões de toneladas de gelo, que, derretido, segue em direção às áreas equatoriais e modifica a distribuição de massa na Terra, aumentando o "pneuzinho" do planeta. A conclusão dos pesquisadores americanos coloca fim a um mistério que já durava duas décadas.
Há muitos anos, os cientistas perceberam que o formato da Terra, achatado nos polos, vinha sofrendo alterações, tornando-se mais arredondado. A forma achatada se deve ao fato de que, há cerca de 22.000 anos, vários quilômetros de gelo cobriam boa parte do hemisfério norte, pressionando a superfície para baixo. Com o derretimento do gelo ao longo dos séculos, a pressão sobre a superfície diminui e o solo voltou a se expandir nos polos, fazendo com que o planeta ficasse mais esférico.
Nasa
Os satélites gêmeos da missão GRACE, da Nasa, foram usados para medir as mudanças no campo gravitacional da Terra
Os satélites gêmeos da missão Grace, da Nasa, foram usados para medir as mudanças no campo gravitacional da Terra
A partir da década de 1990, contudo, os cientistas voltaram a observar novo achatamento. Para investigar o fenômeno, passaram a observar dados de dois satélites que medem a gravidade da Terra para monitorar mudanças na quantidade de gelo na superfície e também imagens do planeta feitas a cada 30 dias.
Com dados e fotos em mãos, os especialistas puderam comparar as mudanças no campo gravitacional frente às alterações na massa de gelo ao redor do globo. Com o derretimento de gelo polar, e a consequente migração de água em grandes volumes, houve uma redistribuição de massa pelo planeta, que, por sua vez, provocou alteração no campo gravitacional da Terra.
Os dados permitiram, então, encontrar as duas principais regiões que estão alterando a forma do planeta: Groenlândia e Antártida. A quantidade colossal de gelo derretido a partir dessas áreas, que migra para o Equador, está fazendo com que o "pneuzinho" da Terra aumente 71 centímetros por década.
Contudo, os especialistas garantem que, com o tempo, a massa do planeta vai se readequar. "Demora um tempo até que tudo se acomode", afirmou Steve Nerem, engenheiro aeroespacial da Universidade do Colorado, coautor da análise publicada no periódico Geophysical Research Letters.
Atualmente, a distância até o centro da Terra (o raio terrestre) a partir do Equador é 21 quilômetros maior do que nos polos. Isso significa que o ponto na superfície do planeta mais distante do centro não é o topo do Everest, a montanha mais alta do mundo, localizada no Himalaia, mas o pico de um vulcão equatoriano.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um ano de funcionamento do Grande Colisor de Hádrons

Em comemoração ao primeiro ano de funcionamento pleno do Grande Colisor de Hádrons (LHC, em inglês), o diretor-geral do Centro Europeu de Investigação Nuclear (Cern, na sigla em francês), Rolf Heuer, afirmou que será preciso esperar o final de 2012 para comprovar a existência do “bóson de Higgs”. O elemento, também conhecido como “partícula divina”, poderia explicar a massa de outras partículas elementares. O bóson de Higgs é o último elemento que falta ter sua existência comprovada no denominado Modelo Padrão da Física de Partículas.

Segundo Heuer, o LHC está funcionando "extremamente bem". A máquina é um acelerador de partículas construído em um túnel circular de 27 quilômetros e situado sob a fronteira entre França e Suíça. Em seu interior é promovida a colisão entre dois feixes de prótons quase à velocidade da luz e são analisadas as altíssimas energias subatômicas que produzem.

Em três meses, o nível de colisões alcançou o objetivo fixado para todo o ano de 2011, ou seja 70 milhões de colisões de partículas. Mas, segundo Heuer, ainda faltam muitos estudos. "A resposta à pergunta de Hamlet sobre o 'bosón de Higgs' ser ou não ser será respondida no final do ano que vem", afirmou.

"Estamos vivendo momentos muito excitantes para a física de partículas", disse Heuer na conferência à qual compareceram, entre outros, os prêmios Nobel de Física David Gross (2004) e George Smoot (2006). Segundo o diretor-geral do Cern, não dispor ainda dos dados que permitam esclarecer a incógnita não é, em absoluto, uma "decepção".

"Estaria decepcionado se a máquina não funcionasse", afirmou Heuer. Esse é o primeiro dos mistérios físicos que os especialistas que trabalham com os dados gerados pelo acelerador tentam esclarecer. Assim, tanto provar a existência do bosón como certificar que ele não existe seria uma descoberta.

Caso seja encontrado o último elemento que falta no denominado Modelo Padrão da Física de Partículas - anunciado na década de 1960 pelo professor Peter Higgs -, será possível compreender por que as massas de partículas elementares são distintas de outras. Mas se a desejada partícula não aparecer, evidenciaria que este modelo está incompleto e abriria novas vias de pensamento aos cientistas.

Paralelamente, até o final de 2012 os responsáveis do Cern abordarão outros dos mistérios estudados pelos físicos que trabalham com o LHC. Entre eles está determinar se existem mais de três dimensões, compreender as diferenças entre matéria e antimatéria e esclarecer se é possível fazer arqueologia cósmica e explicar melhor o que aconteceu durante o Big Bang, há 14 bilhões de anos.

Neste tempo de funcionamento do LHC (que opera desde 20 de novembro de 2009) foram comprovadas propriedades de partículas já conhecidas, o que permite que agora se avance "em direção a um território inexplorado".

Assim que começarem a chegar os primeiros resultados, será possível estudar a construção de um novo acelerador, tarefa que requereria muitos anos e financiamento, visto que o atual LHC precisou de 20 anos de trabalho, 4 bilhões de euros de financiamento e a contribuição de milhares de cientistas.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Buraco misterioso aparece dentro de casa na Cidade da Guatemala

Ele tem 12,2 metros de profundidade e 80 centímetros de diâmetro.
Autoridades ainda não sabem o que provocou o fenômeno.

Do G1, com AFP
Homem observa buraco que apareceu dentro de casa nesta terça-feira (19) na Cidade da Guatemala. Os vizinhos ouviram uma explosão durante a madrugada e pensaram que se tratava de um botijão de gás. Em vez disso, apareceu um buraco de 12,2 metros de profundidade e 80 centímetros de diâmetro (Foto: AFP)Homem observa buraco que apareceu dentro de casa nesta terça-feira (19) na Cidade da Guatemala. Os vizinhos ouviram uma explosão durante a madrugada e pensaram que se tratava de um botijão de gás. Em vez disso, os moradores encontraram um buraco de 12,2 metros de profundidade e 80 centímetros de diâmetro (Foto: AFP)
As autoridades ainda não sabem o que ocorreu. A Cidade da Guatemala, construída sobre terreno vulcânico, é muito propícia ao aparecimento de buracos, muitas vezes causados pela chuva forte. (Foto: AFP)As autoridades ainda não sabem o que ocorreu. A Cidade da Guatemala, construída sobre terreno vulcânico, é muito propícia ao aparecimento de buracos, muitas vezes causados pela chuva forte. (Foto: AFP)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Erupção de vulcão na Indonésia leva à retirada de mais de 4 mil pessoas

Mais de 4 mil pessoas fugiram dos arredores do vulcão indonésio Lokon, que entrou em erupção lançando rochas, lava e cinzas a mais de um quilômetro de altura, anunciaram os serviços de socorro. O alerta foi elevado porque a atividade do vulcão, de 1,58 mil metros de altura e localizado na ilha de Sulawesi (Celebes), aumentou consideravelmente. Na noite desta quinta-feira, uma erupção muito mais forte que as anteriores projetou cinzas, areia e rochas a uma altura de 1,5 mil metros, segundo as autoridades.

A vegetação foi tomada pelas chamas em um raio de 500 metros em torno do vulcão. Segundo balanço dos serviços de socorro, 4,4 mil habitantes foram evacuados num raio de 3,5 quilômetros em torno da cratera. Cerca de 28 mil pessoas vivem nas imediações do Lokon, um dos vulcões mais ativos na região.

Em 1991 ele entrou em erupção matando uma pessoa, e voltou a ficar ativo em 2002. O arquipélago indonésio, situado no chamado "cinturão do fogo" do Pacífico, é o país que mais tem vulcões em atividade no mundo (129).
AFP

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Após terremoto, água quente que sai do solo preocupa cidade do Japão

O terremoto que atingiu o Japão em março traz agora um perigo novo que vem do subsolo. Quem explica é o correspondente Roberto Kovalick.

A água escorre de vários buracos embaixo do prédio. Poderia ser um vazamento qualquer, mas alguns sinais indicam outra origem: as marcas cor de laranja são provocadas pela alta concentração de ferro e outros minerais, e a água é morna.

Dona Chie, a dona do prédio, conta que prefeitura instalou tubos para canalizar a água, mas ela está preocupada porque parte do solo afundou e ninguém sabe como fazer a água parar de jorrar.

A água que está vazando vem do subterrâneo. É uma fonte termal, aquecida pela energia do interior do planeta ou pelo contato com o magma, a rocha fundida embaixo da terra que, quando expelida por um vulcão, se transforma em lava.

O Japão é um dos países com o maior número de fontes de água quente no mundo, chamadas de Onsen. São 28 mil e os japoneses adoram tomar banho nelas.

Um tubo, que era a saída de ar de uma mina abandonada, virou uma imensa fonte. A área está cercada, é proibido chegar perto. A água sai a uma temperatura de mais de 50°C e forma uma espécie de córrego. Mesmo depois de percorrer um bom trecho do terreno, a água ainda está muito quente.

A água é esbranquiçada, está misturada com ácido sulfídrico, que, em grandes quantidades, pode ser venenoso, e tem um forte cheiro de ovo podre. Os vazamentos de água quente de Iwaki surgiram depois de um choque secundário, que teve epicentro bem perto da cidade, e está relacionado ao terremoto do dia 11 de março.

O professor Nobuhiro Shiotani, do centro de pesquisas de terremotos, explica que os tremores fizeram o solo do Japão se comprimir em alguns lugares e se expandir em outros. Isso fez surgir as fontes. Algumas que já existiam secaram ou a água mudou de temperatura.

O professor diz que algumas fontes vão voltar ao normal naturalmente, mas, em outros casos, a mudança na paisagem pode ser definitiva.

Tempestade de areia atinge Phoenix

Do G1, com agências internacionais
Uma enorme tempestade de poeira envolveu a cidade de Phoenix, no estado do Arizona, sudoeste dos Estados Unidos, na noite de terça-feira (5), deixando-a na escuridão e derrubando postes de energia elétrica
A nuvem tinha cerca de 95 km de largura com ventos de mais de 95 km/h, segundo a rede de televisão ABC. Não foram reportadas vítimas ou danos materiais.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos confirmou que uma "tempestade de poeira muito grande e histórica" havia passado pela região, sem dar mais detalhes.
Tempestade de areia sobre Phoenix (Foto: BBC)Tempestade de areia sobre Phoenix (Foto: BBC)
O fenômeno acabou provocando queda de energia em vários bairros. Segundo a imprensa dos Estados Unidos, o paredão de poeira chegou a 80 km de extensão. (Foto: AP)O fenômeno acabou provocando queda de energia em vários bairros. Segundo a imprensa dos Estados Unidos, o paredão de poeira chegou a 80 km de extensão. (Foto: AP)

Fotos e vídeos em vários sites de notícias locais mostraram imagens de uma nuvem de poeira invadindo a cidade.
Neste ano, tempestades fortes incomuns afetaram os Estados Unidos, que estão sofrendo sua temporada mais mortífera de tornados em seis décadas, além de inundações ao longo do rio Mississippi e uma grave seca no sul.